sexta-feira, 17 de abril de 2015

Infrutífera amizade

Eu me divirto vendo,
Uma cobra rastejar ao vento.

De quem a onipotência era tamanha,
A essência ficou ausente,
De repente.

Vai se enroscando sozinha,
Perdendo a força,
Tenta,sucumbe,
Mas percebe que é em vão,
O seu entorno se fechou.

Tenta ludibriar,
Mas perde o equilíbrio,
O chão é liso,
Frio e escorregadio,
Sofregamente impulsionasse para frente,
Tentando atrair o olhar da gente.

E a gente perplexa vê o esforço,
Sem o mínimo de apoio,
Faz de conta que percebeu,
Vira as costas,
E tudo novamente se perdeu.

Quem acha certo ser amado,
Querido e respeitado,
Sabe que o é,
Porque um dia também amou,
Também se dedicou.
A reciprocidade é uma via,
De mão única,
Onde dois ou mais condutores,
Ou até pedestres,
Num dado momento do percurso,
Se estendem as mãos,
Ofertam doação,
E o caminho se torna mais florido.
Se você perdeu aquela amizade preciosa,
Saiba que a culpa foi sua,
Num dado momento da trajetória,
Você se sentiu imponente,
Capaz de seguir sozinho,
E pensou o mesmo do seu parceiro,
Foi nesse instante de confusão,
Que você jogou a amizade que nascia,
Na valeta do descaso,
Ela não vingou,
Prosperou sozinha também,
Não aprendeu o valor da amizade,
Não pode enfim te dar,
O amor que ficou no começo,
Porque se transformou na chegada,
Sem pegadas,
Sem rastros,
Do que nunca foi almejado.

Saiba repensar para mais tarde não cobrar.

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